O SINTESPB/UEPB convida a todos para refletirem sobre o dia da mulher. O que há para festejar? Quais os avanços na luta pela igualdade de gênero? Este é um dia para exaltar as mulheres conforme o construto social ou pelas bandeiras de lutas acampadas por elas?
Muitas mulheres neste exato momento estão recebendo flores, chocolates, sendo exaltadas como mulheres, esposas e mães. As felicitações falam da força da mulher, de sua garra, de sua capacidade de enfrentar diversas jornadas e, sobretudo, da formosura de ser mulher.
Entretanto, os dados estatísticos nos mostram que isso funciona assim no nosso dia a dia. A cada momento, diversas mulheres estão sofrendo algum tipo de violência e não falamos só em violência física, mas inclui-se aí a violência psicológica, a violência obstétrica dentre outras. E não há espaço seguro para elas. A violência acontece em lugares públicos ou privados.; em casa, no trabalho, nos hospitais ou nas ruas.
No Brasil, a violência aparece mais latente. Segundo estudo realizado pelo UNODC (Escritório das Nações Unidas para Crime e Droga) divulgado no final de 2018, a média mundial de homicídios contra mulheres é de 2,3 para cada 100 mulheres. No Brasil, essa média é de 4 para cada 100. Isto representa 74% a mais. Ou seja, uma mulher é assassinada a cada 2 horas. Quando a comparação é realizada em cima da violência em geral, os dados nos mostram que mais de 500 mulheres sofrem algum tipo de violência a cada hora e os dados só nos mostram as que podem ser quantificadas e são denunciadas.
Portanto, o que se tem para comemorar neste 8 de março?
Este dia é tido como um lembrete dos avanços das lutas por igualdade de gênero. Nas últimas décadas foram diversas conquistas que fizeram reduzir a desigualdade. No campo legislativo, podemos citar a Lei Maria da Penha em 2006, a mudança na lei de estupro em 2009, da lei de feminicídio em 2015 e da importunação sexual em 2018. Todas essas conquistas foram frutos das lutas dos movimentos feministas.
No contexto atual do nosso país é o momento de resistência. Os avanços conquistados pelas mulheres correm perigo frente a um governo conservador, que já se mostrou incapaz de promover políticas públicas para os chamados grupos de minorias, dentre eles, as mulheres. É preciso ficar atento para o retrocesso e intensificar uma luta que nunca cessou.
Neste dia 8 de março, o SINTESPB/UEPB parabeniza a todas as mulheres que lutam por um mundo mais justo; a todas as servidoras técnicas administrativas da UEPB que buscam pela igualdade de gênero. Em nome de todas as mulheres saudamos Elizabeth Teixeira, Margarida Maria Alves, Dandara dos Palmares, Luiza Mahim e Marielle Franco que lutaram e continuam lutando por um mundo melhor.
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