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O presidente do Sindicato dos Técnicos-Administrativos da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Fernando Borges, falou sobre a greve da categoria e a situação da UEPB em um debate realizado na Campina FM, neste sábado, 06.
Fernando afirmou que a Universidade passa por muitas dificuldades ao longo das duas gestões do governador Ricardo Coutinho (PSB).
Ele ponderou que desde 2011 os repasses dos duodécimos estão sendo reduzidos, o que compromete a autonomia da UEPB e contradiz o próprio discurso do governo, que afirma que de 2011 pra cá esses recursos foram aumentados.
– A dificuldade aumentou porque Ricardo Coutinho, neste ano de 2017, está repetindo o orçamento de 2015. O que estamos reclamando é: foi aprovado um orçamento de R$ 317 milhões na Assembleia Legislativa, que não é o ideal, pois a UEPB precisa de R$ 410 milhões, mas o governo só está repassando R$ 290 milhões. Isso cria dificuldades não só administrativas, mas, principalmente, com os trabalhadores, pois não temos como discutir dentro de um orçamento cortado três vezes só esse ano. Ele (o governador) cortou de R$ 410 milhões para R$ 317 milhões, e de R$ 317 milhões para R$ 290 milhões, e quando ele repassa ainda é retirado R$ 2 milhões por mês daquilo que ele já vem diminuindo – explanou.
Borges ponderou que este ano a categoria já enviou dois ofícios para o Governo do Estado para um diálogo, mas que não foi dada nenhuma resposta.
– Este ano já protocolamos dois pedidos de audiência e estamos preparando outro. Nós estamos tentando o diálogo, mas quando o governo vê alguém da UEPB já diz que não gosta de discutir a universidade, pois diz que já repassa muito dinheiro e não tem o que conversar com os sindicatos. Antes, eram 789 e hoje nós temos 688 servidores efetivos. Nós temos cerca de 30% de servidores contratadas, que é uma mão de obra precarizada, por tempo determinado e que não tem a mesma qualidade na prestação de serviço. Uma instituição como a UEPB precisa de qualificação e concurso público. Somos a única instituição pública do Brasil onde o número de servidores técnicos é menor do que os números de docentes, o que vai de contra ao discurso de que a folha da UEPB está inchada – pontuou.
O sindicalista ainda criticou a postura de Ricardo Coutinho que, segundo, ele mudou o discurso quando virou governador.
– Quem mais discutia em 2002, quando teve aquela greve de fome na UEPB, era Ricardo Coutinho enquanto deputado. Ele dizia que era insuficiente o orçamento para a universidade ter a autonomia na época, e que a UEPB tivesse uma lei que garantisse mais recursos a cada ano. E hoje, a partir do momento que ele entrou no governo, mudou o conceito do que seria autonomia financeira. O quando de hoje é o pior do pior. O que ele faz é fixar um valor de 2015 para 2017. O governo se contradiz quando baixa o orçamento para R$ 290. Peço que a universidade se prepare, pois ainda vai piorar. É um quadro extremamente sério e preocupante. E não estamos aqui para discutir reajuste, pois há três anos não recebemos reajuste. Estamos preocupados com o funcionamento da UEPB, que além da graduação e pós-graduação, temos os projetos de extensão, as clínicas – alertou.
Paraíba Online
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