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Em greve desde a última quarta-feira (27), os servidores técnicos administrativos da Universidade Estadual da Paraíba realizaram mobilizações por todos os municípios onde a instituição está instalada.
Segundo o dirigente da SINTESPB, Severino Ramo, estão programadas várias atividades para todos os Campi da UEPB durante os dias de paralisação e a categoria está engajada nestas ações. É o caso de João Pessoa, onde está programada para a manhã da próxima segunda-feira uma mobilização em frente ao Campus. Ainda na capital, está sendo organizado um ato público em frente ao Palácio do Governador, para os próximos dias.
Ao todo mais de 850 técnicos administrativos aderiram à paralisação das atividades por tempo indeterminado. A principal reivindicação da categoria é o cumprimento da Lei de Autonomia da UEPB (Lei 7.643/2004), por parte do Governo do Estado. De acordo com a Lei o Estado teria de repassar à UEPB mensalmente um percentual que, em valores atuais, equivale a 5,75 % da receita ordinária do Estado.
Porém, desde 2010 o repasse dos duodécimos por parte do Governo do Estado não vem acontecendo de modo integral o que resultou numa dívida de R$ 47,1 milhões, fato tem prejudicado as ações administrativas da UEPB.
Desde janeiro de 2011 várias reuniões foram realizadas entre representantes do Estado e entidades sindicais da UEPB na tentativa de resolver o impasse, porém, até o momento nenhuma solução foi encontrada.
E como forma de pressionar o Governo a cumprir a determinação da Lei os técnicos administrativos da UEPB optaram pela paralisação por tempo indeterminado, ato que conta com o apoio do Diretório Central dos Estudantes e da Associação dos Docentes da Universidade Estadual da Paraíba, que terá uma assembléia com indicativo de greve para o dia 5 de maio.
“O movimento entende a situação de corte de gastos do Estado, mas a gente precisa que o governo faça um acordo com a UEPB. O repasse não integral fere a lei da autonomia financeira”, explicou o presidente da ADUEPB, José Cristóvão de Andrade.
Vários segmentos da sociedade paraibana apóiam a luta do SINTESPB e se mostram preocupados com o descumprimento da lei de Autonomia Financeira. Na Câmara Municipal de Campina Grande (CMCG) os vereadores Antonio Pereira (PSB) e Fernando Carvalho (PMDB) vêm demonstrando preocupação com o fato de que, sem todos os recursos, a Universidade Estadual da Paraíba está perdendo espaço diante das outras universidades, o que poderá gerar problemas que vão além da questão institucional, e interferem inclusive na economia do Estado.
De fato, desde que conquistou a autonomia financeira, em 2004, a UEPB teve condições de se expandir, aumentou o número de Campi, cursos de graduação e pós-graduação, melhorou a qualidade do ensino e ampliou os investimentos nas áreas de pesquisa e extensão.
E ainda foram realizados investimentos em infra-estrutura; aquisição de novos equipamentos e materiais; criação e reformulação de laboratórios; ampliação de bolsas para estudantes de iniciação científica; além de bolsas de doutorado para professores da UEPB no Brasil e no exterior, atividades que tiveram influência direta desta Lei de Autonomia.
A ú
ltima greve dos servidores da UEPB ocorreu há 10 anos e durou 6 meses.
Fonte: Ascom
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